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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

UMA CRÔNICA SOBRE A DOR NO PARTO

Residente de enfermagem obstétrica e outras 6 colegas de residência, escreveram essa crônica:


Depois de muito conversar com minhas colegas de profissão e de luta, chegamos a algumas conclusões...

"Qual o parto que dói mais?"

Aquele que nos é roubado!
Seja pela desinformação, seja pela manipulação a cada consulta pré-natal, seja pelos "conselhos" que todo mundo sabe dar quando a gente engravida...
Quem não tem um irmão, uma mãe, um pai, um primo, uma amiga, um(a) parceiro(a), uma vizinha, uma tia da prima da irmã da sua cunhada que é profissional de saúde que insiste em tentar nos convencer que parir é uma dor insuportável? Alguns vão mais longe e a chamam de "dor da morte"!
Morte? Parir é vida! Como que o nascimento de um bebê (ou dois, ou três...), o nascimento de uma mãe, um pai, talvez nenhum pai e duas mães, um irmão, uma família pode significar morte? Não nos parece lógico!
Conversando também, chegamos a seguinte conclusão: (ao menos na grande maioria), esses "conselheiros" NUNCA pariram! Inclusive os profissionais que tentam nos desencorajar, aproveitando-se desse momento em que estamos mais vulneráveis! Experimentem perguntar a essas pessoas que tentam nos convencer a não parir, se as próprias já pariram! Sejam elas conhecidos, familiares, amigos, sejam os próprios profissionais que nas primeiras consultas de pré-natal já nos abrem suas agendas pra marcarmos nossa cesárea, além daqueles que nos enganam durante toda a gestação dizendo que "fazem" parto normal pra no fim da gravidez inventarem uma (ou duas, ou três, ou milhões...) de "indicações" (desnecessárias, lógico!) para não parirmos!
E tem mais! Nunca vimos uma mulher que já pariu dizer que é uma "dor de morte"! Quem melhor do que elas pra nos aconselhar? Obviamente que não se incluem aqui algumas daquelas que foram violentadas no momento do parto... Infelizmente, isso acontece e não é raro! E digo algumas, porque parir é tão lindo, é uma experiência tão profunda que algumas mulheres ainda conseguem guardar boas recordações mesmo sendo violentadas!
Parir é difícil! É visceral! É nosso encontro com a mãe natureza! E, obviamente, tem sua parcela de dor! Não vai ter fadas voando, nem anjos tocando harpas ao fundo! É real! Tem sangue, tem secreção, tem cocô! Isso mesmo! Cagar é tão natural quanto parir e, em alguns casos, nosso corpo pode nos fazer lembrar disso... Mas, sem dúvida, é lindo, é transformador, é libertador, e pode ser o momento em que nos sentiremos mais poderosas, mais donas do nosso corpo em toda vida! E a diferença entre "morrer de dor" e conseguir transcendê-la pode estar em como lidamos com ela... Medo causa dor! Desinformação causa dor! O desconhecido causa dor! E, muitas das vezes, a dor que está na nossa cabeça (e não estamos falando de cefaleia) dói muito mais do que a dor física...
Parir é um rito de passagem e, como tal, deixa marcas, deixa lembranças... Que lembranças você pretende guardar? O jeito é não se deixar dominar pela dor! Não dar ouvidos aos absurdos que nos falam por aí... É olhar pra dentro, se conectar com seu corpo e descobrir a capacidade que ele tem!

Deixamos uma reflexão:
Parir não pode ser "coisa de mulher" à toa! Somos fortes! Somos perfeitamente capazes! Fomos desenhadas pela mãe natureza pra que tudo funcione perfeitamente! Tudo se encaixa! Se você não tem nenhuma indicação para não parir, não deixe de fazê-lo por causa do medo da dor! Esse medo provavelmente vai doer mais do que o parto!
E por fim, deixamos algumas sugestões: que tal tentar "VIVER" esse momento, em vez de "SOBREVIVER" a ele? Que tal acreditar mais na nossa capacidade do que nos limites que outras pessoas tentam nos impor (lembrando que a maioria dessas pessoas nem passaram por essa experiência antes de opinar!)? Que tal tentar transcender essa "dor" e se dar a chance de ter a melhor experiência da sua vida? Que tal parir???

Por Mariana Martins, Noelle Moreira, Viviane Gonçalves, Debora Matias, Ana Coelho, Bruna Lima e Mirian Carla. 

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