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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Porque não a Cesárea?


Pra quem é leigo no assunto "Parto", parece que as ativistas do parto normal/natural/humanizado, não admitem uma cesariana. A impressão que me da, quando eu começo defender o PN, é que as pessoas mudam a maneira de me olhar, como se eu fosse uma doida varrida, e tentam debater sobre o comodismo da cesárea, do parto "indolor", da dor monstruosa do parto normal e tantas outras coisas que quem conhece do assunto sabe do que estou falando.
Não é que não queremos a cesárea, nunca jamais e em momento algum, eu mesma antes de engravidar, sem nem saber como era conduzida, desejava a cirurgia, não queria sofrer dor, queria programar tudo, marcar o dia, a hora, tudo nos conformes. Mas ainda bem que que isso mudou, quando descobri a gravidez, comecei devorar informações e descobri um paraíso chamado Parto.
O Brasil tem um nível altíssimo de cesarianas, cerca de 40% na rede publica, e esse numero aumenta ainda mais na rede privada, podendo passar de  84%, sendo que o recomendado pela OMS é 15%,
por isso, recentemente, o ministério da saúde lançou novas regras, onde as operadoras dos planos de saúde só terão de pagar por cesáreas necessárias. Já é um passo, mas na minha opinião poderiam criar campanhas de conscientização, mostrando os benefícios do parto normal  vs  riscos de uma cesárea eletiva.
Toda candidata a mãe, deveria saber que uma gestação pode durar até 42 semanas (ou até passar disso um pouquinho) e não tem problema algum, desde que Mãe e bebê sejam monitorados, deveriam saber que adiantar o parto é perigoso, nem que seja por uma semana, e não é porque passou das 37 semanas que ele esta pronto pra nascer...
Trazer um bebê ao mundo sem que ele esteja pronto, pode causar infecções respiratórias, alterações na sua temperatura, impedir que ele ganhe mais peso e amadureça os pulmões, além é claro de correr o risco de ter que interná-lo em uma UTI neonatal.
Uma cesárea com real indicação é maravilhosa, é linda, e também pode sim ser humanizada. Mas não é pra ser banalizada, feita em todas as mulheres.
Nascimento é pra mim a coisa mais linda que existe e a vida nesse seu momento único merece ser conduzida pelo curso natural da existência, e só quem já passou por essa experiência é capaz de compreender.

Por: Glaucia da Costa

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Apresentação

Olá pessoas!

Essa é a primeira vez que escrevo em um blog, então achei justo me apresentar antes de mais nada.
Meu nome é Paula Cericoli Marchioro, tenho 26 anos, não tenho filhos( dois gatos conta?) e acabei de passar pra Enfermagem na UFRGS. Antes disso estudava Ciência da Computação na PUCRS, aí resolvi mudar pra Matemática na UFRGS. É, eu estava um pouco perdida na vida... E como eu resolvi que queria enfermagem? Bom, vi um vídeo de um parto( pra quem quiser assistir: https://www.youtube.com/watch?v=EsNhCWsDVQI). Não era um parto normal, digo, era normal, mas fora do comum pra uma sociedade cesarista. Era um parto normal na água, em um rio, com a família, na natureza. Vi e achei lindo, me emocionei profundamente, e como adoro saber a opinião dos outros, fui ler os comentários( adoro ler os comentários de tudo, por sinal). Me espantei com a quantidade de pessoas dizendo que a mulher era louca, que ela estava colocando a vida dela e a do bebê em risco, que deveria ser presa. Não entendi como aquela cena maravilhosa que ela humildemente compartilhava conosco poderia ser mesmo uma ameaça para alguém. Então fui pesquisar. E aí eu vi que estava tudo errado. O parto normal condenado como ruim e a cesária sendo a grande salvação de todos. Não acreditei no que eu estava vendo, pessoas cegamente adeptas à cesariana... Não as culpo de pensarem assim, afinal, um médico deve ter dito que o melhor é a cesariana. E quem vai desconfiar de um médico, né? Eles estudam anos e anos e não vão saber o que é melhor? Bom, eu desconfio de tudo, sempre pesquiso e procuro saber se aquela informação realmente é correta( as pessoas deveriam pesquisar mais).

Meu objetivo aqui será informar as mulheres tudo sobre parto. Tudo o que eu sei e pesquisei. Pretendo passar todas as informações necessárias para que elas façam a melhor escolha, para que saibam a diferença entre um parto normal, um parto humanizado e uma cesárea. O importante é estar esclarecida e feliz com a escolha do tipo de parto.

Paula Marchioro
Futura enfermeira obstetra, futura doula.
paulamarchioro@gmail.com


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Relato de Parto: Andressa Cunha

Olá pessoal.

Talvez falar da minha experiência pessoal de parto seja umas das coisas mais difíceis. Não, não tive cesárea. Meu parto foi normal, sem episio. Mas não foi como gostaria, não curti meu trabalho de parto, estava assutada, sem apoio.

Eu e o pai da minha filha (ou melhor, genitor, pois pai é quem cria) estávamos brigados, não nos falávamos haviam 2 meses, quando ela nasceu. Eu queria sempre o parto normal, minha mãe pariu 4 filhos, minha irmã 3, minha avó 13, e minha bisa era parteira, então na família tinha apoio total, mas ele achava que quem decidia era o médico, eu tinha que aceitar e pronto. Como não nos falávamos mais, opinião dele importa, né? Mas ele havia pedido para ligar quando entrasse em trabalho de parto, queria estar perto (eu moro no litoral de SC, ele morava em Curitiba, umas 3 horas com estrada boa).

Estava bem o domingo todo, contrações de treinamento. Fui dormir. Lá pela 1:30, comecei a sentir dores. Pareciam cólicas menstruais, começavam na lombar iam para frente. Já tinha lido que era trabalho de parto. Até então, não tinha tanto conhecimento e empoderamento, mas sabia que poderia demorar. Tomei banho para relaxar, caminhava pela casa. Umas 5:00 saiu o tampão, pensei: ok, está indo. Chamei meus pais, pois o hospital aqui, só na cidade vizinha, 30 km Chamamos meu irmão, pois meu pai não dirigia na BR nervoso. Minha mãe, apesar de 4 partos normais, 1 pélvico, ficou bastante nervosa também, não me ajudou muito. Céus, se eu tivesse o entendimento que tenho hoje, teria contratado uma doula, que falta me fez!!!!

Fomos para o hospital, BR, calor de outubro, carro sem ar, dores... não foi confortável rs. Chegando lá, como seria tudo pelo SUS, demora para fazer a papelada, eu tentado ligar para o genitor, nada de atender. Fui atendida lá pelas 6:30, estava com 1 cm de dilatação, lá vamos de volta pra casa (minha sorte nº 1, se fosse plano, estava no soro e ferrada!!!).

Ok, voltamos.... fui baiar e assistir o primeiro episódio da 3ª temporada de The Walking Death (o que o vício faz....). E estava bem, caminhando... lá pelas 8:00 consegui ligar para o genitor, disse que já estava saindo de Curitiba, para esperar em casa que ele me levava para o hospital....E fui, esperando até 12:30, dores aumentando, contrações a cada 3 min, ligando para a criatura: "Tá onde?" -"Passei no escritório, já tou saindo daqui." Isso que às 8:00 tava saindo...

Lá pelas 13:00, não aguentando mais, pedi para meus pais me levarem no Pronto Atendimento, o PS municipal. Fomos. Chegando lá, a médica foi fazer toque: 8 cm de dilatação. Ok, me deixaram quieta, mandaram deixa de lado e respirar com calma enquanto chamavam a ambulância dos bombeiros, pois a da prefeitura estava em um atendimento. Chegou a ambulância (eu já com medo que ela nascesse no meio do caminho, apesar dos bombeiros aqui já terem uma boa experiência com partos, em função dessa distância, de eu mesma já ter sido socorrista voluntária e conhecer a guarnição que me levou, o que gerou um episódio cômico e tirou um pouco a tensão). Fomos, minha mãe comigo, meu pai resolveu ir atrás de carro (e eu com medo por ele, que já com 68 anos, vários problemas de saúde, pegar BR!!). E o genitor....ainda não tinha saído de Curitiba...

Chegamos no hospital umas 14:15. Fomos com sirene ligara, maior emoção!!! Eu amava a sirene, antes disso kkkk! Quando estava na porta do centro obstétrico, na maca, estoura a bolsa. Como tinha mecônio, foi aquela correria. Me levaram pra dentro rapidinho. Fui pra sala de pré-parto primeiro, a obstetra me levou andando até a sala de parto, uns 40 metros. Eu xinguei aquela baixinha, mas hoje agradeço kkk (aliás, eu nunca consegui saber o nome da equipe, se você ler isso e trabalha na Maternidade do Hospital Marieta, em Itajaí, SC, me mande um recado!!!).

Quando cheguei na sala de parto, estava bem assustada com tudo o que tinha passado. Faltou uma mão para segurar, alguém para me tranquilizar. Minha mãe não entrou, e não teria ajudado muito, pois estava mais nervosa do que eu. O parto foi muito rápido, fiz umas 3 forças e ela nasceu, sem episio. Veio direto pro meu colo, berrando muito, e assim ficou no meu colo até cortarem o cordão, depois foi levada para os procedimentos, que hoje eu não teria permitido, mas estava meio grogue, em função de tanta adrenalina.

Fomos para o quarto juntas, logo tomei banho sozinha, jantei. consegui falar com o genitor eram umas 17:00, ela nasceu às 15:00, ele estava a caminho... chegou mas duas horas depois. Se dependesse dele, teria parido em casa. Aliás, era especialista em me deixar sozinha, deixou a gravidez toda mesmo, sempre cheio de desculpas...bem, deixa pra lá.

Pois é, essa é minha história. Meu parto normal foi um conjunto de sorte e instinto, mas senti medo, me senti sozinha. Por isso hoje brigo tanto pela humanização, e sempre bato na tecla da doula: a presença de alguém preparado para o trabalho de parto, que te acalme, é fundamental!!!

Nossa primeira foto juntas 


Por Andressa Cunha, bióloga, professora do ensino médio e autora do blog Mamãe Ácida
 

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