É muito comum as mulheres que passam pela experiência do
parto humanizado fazer um relato de parto. Aqui está o meu, que tem como
objetivo me auxiliar a recordar este momento tão especial, mas principalmente
servir de inspiração para outras mulheres, pois os relatos me ajudaram a
desenhar, idealizar, planejar e protagonizar o meu parto humanizado.
Compartilhem com quem quiser!
Acho que esse relato não começa no dia 3 de julho de
2013, começa muito antes, ainda quando eu decidi fazer um curso de massagem
para poder ter contato com pessoas e fazer algo por elas, não demorou para eu
me interessar mais no cuidado de outro Ser e fui fazer curso de Reiki, que me trouxe
também o caminho espiritual. Com o Reiki percebi que o que eu queria fazer da
vida era mesmo cuidar de pessoas, como uma profissão, então me formei como
terapeuta corporal holística na Humaniversidade, neste momento passei a ter uma
visão diferente do Ser Humano e entender que ele carrega no corpo não somente
dores, mas muitos desequilíbrios emocionais, psicológicos e espirituais, tudo
isso por conta de traumas, medos, preocupações, etc.
Passei a ver o ser humano como um ser sagrado. Durante a
aula de massagem indiana, aprendi que a mulher era o portal da vida, um ser
totalmente sagrado e achei uma bela forma de pensar e de se viver.
Nesta jornada com terapias atendi algumas gestantes e era
algo indescritível cuidar de uma grávida, era pleno e especial, mas chegava o
dia que eu não mais as atendia, pois chegava o nenê.
Em algum e-mail recebi a informação sobre curso de Doula,
que nunca tinha ouvido falar e pesquisei mais e aprendi que era uma
acompanhante no dia do parto (pré e pós também) e achei aquilo lindo e vi a
possibilidade de poder continuar com as gestantes, mas nunca conseguia fazer o
curso, mas o importante eu já sabia: O que era uma Doula.
Uma linda teia começou a ser tecida. Nos encontros de
Reiki com meus amigos de caminhada na Luz, muitos deles sentiam a necessidade
de cuidar do meu ventre, eu me espantei a primeira vez, achei até que já
poderia estar grávida, porém este cuidado durou acho que por volta de um ano,
sim, um ano pelo menos sendo preparada para receber o grande presente da minha
vida.
E a teia foi se formando, as coisas foram acontecendo e
tudo foi se interligando. Em uma conversa informal com uma amiga, a Déia,
perguntei para ela se sabia quem vendia coletores menstruais e ela me indicou a
Renata, troquei e-mails com ela, adicionei no facebook e vi que ela era Doula,
olha que legal! Sempre via as postagens dela sobre parto humanizado e achei
muito, muito maravilhoso. E como terapeuta, eu sabia que muitos dos nossos
traumas eram decorrentes da gestação, parto e recepção
pós-parto e compreendi que o parto humanizado era uma
"pré-cura" para os nossos traumas, quantos problemas teríamos poupado
com um nascimento adequado.
Ter certeza mesmo que se um dia eu tivesse um filho o
parto seria humanizado, foi quando assisti o vídeo do parto da Sabrina. O
Vinicius, meu marido, assistiu primeiro e comentou comigo e eu assisti. Como
nós os conhecíamos (a Sabrina e o Fernando), eu achei aquilo extremamente
emocionante e achei incrível que esse tipo de parto não era só para famosos.
Aquilo me tocou profundamente.
Sabendo de tudo isso, o que faltava mesmo era o neném
chegar, o qual ainda não pensávamos muito.
Passamos o ano de 2012 planejando nossa viagem aos
Estados Unidos, conhecer o Yosemite, Disney, Las Vegas, visitar amigos em Ohio,
viagem grande marcada para dezembro.
Nessa de planejar a viagem eu até pensei em não ter
filhos, iria conversar com o meu marido sobre isso, pois achei que queria uma
vida bem livre. Esse pensamento foi por volta de umas duas semanas da grande
notícia, acho que Deus ouviu meus pensamentos e decidiu agilizar a chegada do
Mikael, antes que fosse tarde demais, mas no fundo acho que era isso que eu
queria, porque eu sabia dos "riscos" que estava correndo quando
decidi dar uma escapadinha na prevenção.
Foi uma surpresa grande a gravidez, ainda mais às
vésperas de uma viagem, a ficha demorou para cair e curtir mesmo todo o momento
foi quando fiquei sabendo que era um menino.
Desde o momento que soube que estava grávida eu sabia que
queria o parto humanizado. Como eu não ia há anos em um ginecologista, fui
poupada de cair nas mãos de alguém que pudesse me enganar, pois pedi indicação
de obstetra humanizada para a Renata, depois da consulta decidi que seria parto
humanizado hospitalar, pois era mais seguro. E eu amei o pré-natal humanizado,
sem toques, com muita conversa e respeito.
Vital foi participar dos grupos de de apoio junto com o
Vinicius, o vínculo e o Samaúma. Lá me sentia em casa, aprendia e ia
compreendendo que tudo ia muito além de apenas um parto humanizado, mas sim um
resgate do meu Ser, a minha porção bicho e mamífera.
Ao longo dos meses depois de ler inúmeros relatos, me
emocionar com diversos vídeos, a vontade de um parto domiciliar foi crescendo,
crescendo e crescendo, mas eu tinha medo, medo de quê? O medo eu descobri
durante uma vivência no AnimaSoma, foi de arrepiar, pois percebi que o medo era
do que as pessoas falariam caso algo desse errado e o tanto que eu poderia me
culpar com isso. Conhecendo esse medo eu superei e entrei em estado de entrega,
pois eu sabia que se algo pudesse acontecer, seria no hospital ou em casa, eu
estava cheia de informação baseada em evidências e sabia que o parto domiciliar
era mais seguro. E não combinava eu ir para um hospital...
eu não gosto de hospital, morro de medo da infecção
hospitalar, do ambiente de doença e morte, aliás, nunca deveriam ter cogitado
unir o nascimento a um ambiente hospitalar, deveria existir somente casa de
parto ou só maternidade.
Mas o ponto chave para saber que eu queria o parto
domiciliar mesmo foi quando assistimos o vídeo do nascimento do Théo. Foi um
momento muito espiritualizado, me emocionei e entendi que eu queria não somente
um parto humanizado, mas também espiritual e eu não conseguiria isso em um
hospital, acho que foi por volta do quinto ou sexto mês que optamos pelo parto
em casa, corre então escolher a equipe. Como o parto do Théo que me motivou, eu
fui em busca das mesmas pessoas que fizeram parte, mas até chegar nelas conheci
outras profissionais e o mais doido do parto humanizado é que dá vontade de
chamar todo mundo para o dia do parto, porque são profissionais encantadoras.
Tudo certo, decidido, era só esperar e ir se planejando,
comprar as coisas necessárias para o dia do parto. Eu muito devagar fui
comprando aos poucos. Estava bem tranquila, curtindo a barriga, o momento. Me
lembro que fizemos a sessão de fotos de gestante no sábado dia 29 de junho e
quase que eu fico sem as fotos, pois dali 5 dias Mikael chegaria.
Na noite do dia 1 de julho saiu um negocinho diferente e
cogitei que era o tampão, mas como o aspecto era diferente do que eu vi em
fotos na internet, pensei que pudesse ser algum machucado por conta do uso do
Epi-No, que no dia anterior eu tinha aumentado as infladas, entrei em um
processo de negação ferrado, não queria acreditar por nada que estava chegando
a hora, afinal, nem 37 semanas o Mikael tinha completado ainda.
Na terça-feira de manhã coliquinhas e eu pensei, ah, deve
ser pródromo... e o tampão saindo freneticamente. Mas em todo caso, passei o
dia tranquilinha em casa sem fazer nada, só descansando, mas a única coisa que
quis fazer foram as compressas para o pós parto, fui dormir bem tarde por conta
disso.
Liguei para a Renata que orientou a ficar observando, eu
sabia que o tampão poderia começar a sair muitos dias antes do parto, então eu
jurava que ia demorar ainda no mínimo uma semana.
O meu marido achou melhor trabalhar de casa no dia
seguinte e se preparou para tal, ele sabia, ele tinha certeza, eu que não.
De madrugada comecei a sentir um pouco mais de dores,
mais ritmadas, ah, mas deve ser pródromo (olha a negação). 4 horas da manhã o
bicho começou a pegar um pouco mais e avisei o Vi, mas no processo de negação
eu continuei deitada e sentindo as contrações até que umas 6 da manhã (eu acho,
e agora tudo o que é relacionado a hora é baseado em achismo) liguei pra Renata
que me orientou a ir pro banho (e eu já tinha tomado um banho) e observar e
qualquer coisa ligar de volta.
Aí começamos a contare estava com ritmo, mas eu ainda
achava que era pródromo. Liguei para a Ana Cris, que me informou que por conta
da idade gestacional não poderia fazer em casa e me disse para ligar pra
Mariana, neste momento eu tinha duas opções, ou eu ficava chateada e triste
pelo meu sonho de ter um parto em casa não se realizar ou aceitar que era o melhor
para mim e o Mikael, claro escolhi a segunda opção, tive que arrumar forças
para pensar só no lado bom. Acho que liguei para a Mariana, depois pra Renata
já pedindo para ela vir pra casa.
E então comecei a curtir as contrações e esperar a Renata
e Mariana chegarem em casa. O computador estava na mesinha da cozinha e então
entre uma contração e outra me lembrei que precisava ouvir as músicas que eu
havia preparado para o parto, coloquei o Mantra de Sarasvati e ele me
acompanhou neste momento. Esse mantra ouvi muito nas aulas de Yoga com a Paula
e foi extremamente especial ter contrações com esse mantra, ali na cozinha,
apoiada na cadeira vermelha, sentindo o poder da Mãe Divina me amparando.
A Renata chegou, UFA, que alívio, e ela parecia uma
visita, serena e calma, a primeira visita na minha vida que eu recebi peladona,
foi muito legal e descontraído, ela tomou café, agradou os gatos, como seria
bom continuar tudo aquilo em casa.
Chegou então a Mariana e me aliviei ainda mais, achei que
ela fosse confirmar que eu estava tendo pródromos, hahaha... Ela me pediu para
deitar, pois durante uma contração gostaria de ver minha dilatação, ok, vamos
deitar, aaaffff, contração deitada é UÓ! Ela fez o toque e me perguntou quanto
eu achava que tinha dilatado e conversei na minha cabeça: "Deve ser uns
dois, ah, magina, não deve ser é nada, não tô em trabalho de parto, nem tá
doendo tanto assim" e eu falei, NADA, ela só olhou para mim e disse (eu
acho): "8 Egle". Neste momento a ocitocina invadiu todo meu corpo,
porque eu gargalhei em gratidão, não acreditava que tinha dilatado 8 cm tão
tranquilamente. Sim, doeu, mas eu não tive essa
percepção. Então era isso, Mikael estava chegando mesmo.
OK, 8 centímetros, é hora de ir para o hospital. Dou uma
dica, jamais façam a mala do hospital em trabalho de parto, hahaha. Hoje eu me
lembro e foi engraçado. Para mim deixar a mala de hospital pronta era como me
preparar para o um parto hospitalar e não um domiciliar, então nem tinha
pensado nisso, negava. Aliás, foi terrível para mim deixar a minha casa, eu
sabia que eu voltaria outra e não imaginaria como seria.
Coloquei o primeiro vestido mais fácil que vi e fomos
para o hospital e eu rezando para ter poucas ou nenhuma contração no carro (ahn
hã né), mas de fato as contrações no carro foram bem mais leves do que em casa,
deu certo a reza, mas isso não significa que não foi desagradável. Me lembro
que em um certo momento eu perguntei pra Renata quando eu ia entrar na
partolândia e ela disse que já deveria estar entrando... No carro a vontade de
rir veio, eu ri, ocitocina? Partolândia? Tudo isso junto.
Chegamos no hospital, péssimo ter que passar pela
recepção cheio de gente e você lá com contração querendo dar umas gemidas.
Vinicius tinha que cuidar da parte burocrática e eu desesperada porque ia pro
quarto sem ele e eu jurava que o Mikael já ia nascer, devia ser próximo do meio
dia, sei lá.
Fui pro quarto, primeira coisa foi arrancar o vestido e
sei lá a ordem de tudo o que aconteceu. Mas eu queria a piscina, como eu queria
a piscina que eu tinha deixado para comprar no sábado seguinte, hehe. A bola
não me serviu, não gostei, para mim o melhor foi mesmo ter contrações apoiada
na cama e no chuveiro.
Consegui ancorar a sacralidade deste momento, comecei a
me sentir plena, feliz e amparada pela hoste celestial, as músicas tocando,
aquele dourado do Sol iluminando o quarto, o ventinho feito pela Renata, que eu
achava que estava vindo da janela. Entre uma contração e outra eu conseguia
ouvir as músicas que eu havia escolhido, me lembrava do que elas representavam
para mim, principalmente as que os meus amigos e irmãos na luz me enviaram, as
que tocaram no meu casamento, a música do grupo
LAMAT, nossa, que especial que foi. Dancei, ri, flutuei.
É incrível que a dor vem e logo em seguida vem o prazer, vem a serenidade, a
paz. Doeu, doeu sim, mas só sei que doeu porque eu sei, mas não porque eu me
lembre da dor.
PLOCT, a bolsa estourou e me orientaram a sentir o
cheiro, aliás, cheiro de parto e nascimento é tudo de bom!
Me lembro das palavras de coragem da Mariana quando foi
percebido que eu estava com MEDO (sim, rolou MEDO). Já era hora do expulsivo,
mas eu travava, por conta desse medo.
Mariana me perguntou do que eu estava com medo e disse
que era de morrer, depois disse que era da dor, mas depois que o Mikael nasceu
eu refleti bem e no fundo, o medo era de que ele não seria mais só meu e estava
chegando o momento de dividi-lo com o mundo, e tinha também o medo de toda a
mudança, de que a Egle estava morrendo, para nascer uma nova Egle, totalmente
diferente e que eu não conhecia, eu daria conta de ser mãe?
Lembro-me da Otília, que receberia meu nenê com todo
carinho. Ela trouxe o olho azul dela, que encarou os meus olhos temerosos e me
trouxe paz.
Estava lá eu naquela luta com meus medos e a vontade do
Mikael nascer quando a minha amiga Val chegou, aquele momento foi único, pois
embora eu estivesse me sentindo em um momento especial e sagrado, eu precisava
ancorar mais as energias superiores e a Val chegou trazendo isso tudo, a
presença dos Mestres e do Reiki. Ela me perguntou o que eu queria que ela
fizesse e eu só respondi: REIKI.
E toda a equipe estava lá, completa: Mariana, Renata,
Otília, meu marido Vinicius e a Val. A minha tribo, que me ajudaria naquele
momento tão sublime e obscuro ao mesmo tempo.
Percebi que eu estava "enrolando" (negando, com
medo) no expulsivo e que eu precisava ir até o fim, continuar com a força, para
que o Mikael pudesse vir. Os gritos vinham, não eram de dor, eram de força,
sabia que precisava do chakra da garganta para ajudar no chakra básico. E eu
mudava de posição, cócoras, de pé, na cama sendo ajudada pela Renata que me
dava um tecido para eu puxar.
Jamais vou me esquecer de um dos momentos mais especiais,
entre uma contração e outra, na cama tive um momento que senti um pulsar
extremamente prazeroso, vontade de rir, e eu pulsei, o chakra básico pulsava,
era aquilo o tal do parto orgásmico? Me lembro que neste momento pediram para
eu descer da cama para ficar de cócoras e eu disse que esperasse um pouco, pois
queria curtir aquela sensação.
Eu sabia que o Mikael estava ficando cansado e eu
PRECISAVA do grande puxo, pelo bem dele, então busquei as minhas forças, levei
a cor vermelha para o chakra básico e a luz branca entrando pelo coronário
(assim como aprendi na meditação na aula de Yoga), me levantei e com o grito
primal eu acocorei e senti então a cabecinha do meu anjo guerreiro passando
pelo círculo de fogo.
O Vinicius veio na minha frente, do meu lado estavam
Renata e Val.
Em outro puxo bem mais leve saiu o corpinho do meu
pequeno e que foi recebido carinhosamente pelo pai, que logo me entregou, para
que pudéssemos então nos conhecer às 16:05.
Não sei descrever o que rolou neste momento, acho que eu
o segurei ainda sem olhar, apenas agradecendo, não me lembro dele chorando, me
lembro sim quando eu o olhei, quando coloquei minha mão em sua cabecinha quente
e cheia de vérnix, ah! O vérnix, eu preciso sentir o cheiro disso, sublime!!! O
melhor cheiro do mundo. O olhar, o imprinting, o amor. Me senti uma leoa com a
cria, o tempo parou, o mundo não existia, só existia eu e o Mikael.
Ficamos ali, nos curtindo e chegou o momento de me
levantar para ir para a cama, com ajuda da equipe me levantei com ele nos meus
braços ficamos ali, toquei o cordão e o senti pulsar, foi tão gostoso sentir o
nosso elo que ainda pulsava o sangue ali restante para o corpinho do Mikael.
Ele ali no meu colo gostosinho, eu ainda cheia de
ocitocina senti uma coisinha e foi a hora de parir a placenta. Ela saiu
rapidinho, sem dor, coisinha mais linda, a Mariana me mostrou e eu achei
pequenininha.
Então um momento que foi difícil para mim, cortar o
cordão, eu sabia que aquele momento representaria o corte definitivo dos laços
corporais entre eu e Mikael. Eu expliquei para o Mikael o que estava
acontecendo e disse que por mais que o cordão estivesse sendo cortado, o cordão
de Luz que nos unia permaneceria para sempre, chorei um pouco, me contive para
não me debulhar em lágrimas. Então Vinicius cortou o cordão, que já não pulsava
mais.
Mikael carinhosamente foi acolhido pela Otília para os
procedimentos necessários: pesar e colocar roupinha... sem banho, sem colírio,
sem aspiração, apenas amor.
Enquanto isso a Mariana me dava uns pontinhos na
laceraçãozinha e isso foi mais desagradável do que parir. Mas eu ainda estava
em outro mundo, dificuldade para falar, tremedeira, sons distorcidos, uma coisa
muito maluca.
Era hora de ir para o quarto, Mikael foi colocado no meio
das minhas pernas e me lembro do calorzinho dele, que corpo quentinho, gostoso.
Não tive o parto domiciliar, acho que tive que passar por
isso no hospital, talvez se eu estivesse em casa os medos seriam ainda maiores,
eu ficaria encanada com tudo, em controlar o andamento de tudo, ver se a equipe
estava se alimentando, se ninguém deixaria os meus gatos fugirem. Talvez eu não
tivesse conseguido me entregar.
Ali no hospital, ainda de noite, o silêncio do quarto foi
quebrado por gemidos vindo do corredor, gemidos prazerosos e alguém gritando,
corre que vai nascer, traz lençol e logo em seguida um forte grito e um
chorinho. Eu ali vibrava por aquela mulher que pariu em estilo vapt-vupt,
chorei junto com ela, sem nos vermos, sem eu saber quem ela era, sem ela saber
que eu estava ali, me senti conectada e isso me remeteu a todo o momento que há
poucas horas eu havia vivido.
Emano minha gratidão a Deus, que me permitiu entrar em
contato com pessoas e conhecimentos tão maravilhosos. Emano minha gratidão aos
meus pais e sogros, sem eles eu nada seria. Emano minha gratidão ao meu marido
que mergulhou fundo comigo sem duvidar em nenhum momento do meu poder de parir,
que me acompanhou nos encontros e que acariciou a minha barriga. Emano minha gratidão
à equipe, Val, Mariana, Otília e Renata, bem como Kelly Stein que foi chamada
de última hora e chegou chegando, registrando com suas lentes este momento tão
especial. Agradeço aos grupos Vínculo e Samaúma. Agradeço a toda mulher que
compartilhou
seu relato de parto, vídeo de parto, fotos e me ajudaram
a buscar a inspiração e a vontade de ser a protagonista do meu parto. Agradeço
a toda galera do Anima que me ajudou a ter um corpo mais vibrante e pulsante
com tanto amor e carinho.
Agradeço a Arcanjo Miguel, o grande protetor de toda
minha vida e a Bem amada Mãe Maria que com sua presença me ajudou a confiar no
meu sagrado poder feminino.
Agradeço ao Reiki, a terapia que me acompanha e me
fortalece sempre. Agradeço aos amigos e todas as orações e envios de energia.
Agradeço minha família que nunca contestou meu parto humanizado.
Agradeço ao meu filhinho Mikael, que foi um guerreiro e
aguentou firme o trabalho de parto e chegou cheio de vida, amor, LUZ!
E que com este relato, outras mulheres possam reconhecer
o seu potencial de parir ser a protagonista deste momento tão especial e único.
Namaste _/\_
Por Egle Darin